Eu não gosto "lugares gays". Prefiro lugares em que qualquer pessoa, independente da sexualidade, possa se sentir à vontade. Nisso a D. Scarpina concorda comigo (né, amor?) É, eu moro no Rio e posso me dar ao luxo de frequentar lugares desse tipo pertinho de casa. Sei que não é assim em todas as cidades do Brasil (eu, por exemplo, sou de Recife e tenho a impressão de que aquela cidade é um armário gigante).
Mesmo assim, convivo com gays desde que me entendo de gente. Este"mundo" sempre esteve presente, e essa "palavra" sempre fez parte do meu vocabulário, mesmo que minha primeira namorada só tenha acontecido aos 25 anos.
Não sei se por ser bi, não sei se por ter nome de mulher e sobrenome de homem, mas para mim nunca houve ou sim, ou não. Eu já nasci num mundo colorido, enquanto a maioria é apresentada a um mundo binário e preto e branco: bonito/feio, certo/errado, céu/inferno, masculino/feminino, gay/hetero. Ou isso, ou aquilo
Imaginem então a minha surpresa ao ingressar oficialmente no L World e descobrir que era mais bem aceita como S(impatizante) do que como L(ésbica). Sim, porque mesmo me identificando como bi, ao andar na rua de mãos dadas com a minha namorada eu estou exercendo, e com orgulho, o papel social de lésbica. Mas o "mundinho", muitas vezes, parece ter dificuldade em enxergar todas as nuances e tons da sexualidade. (Quem diria?)
Mas, ora bolas!, não estou aqui para chorar pitangas. Se por um lado nunca ganhei uma rifa, sorteio, partida de bingo ou porrinha, por outro sempre tive a sorte de encontrar pessoas maravilhosas no meu caminho. Sejam, heteros ou gays, meus amigos sempre me olharam com o olhar delicado daqueles que sabem que entre o preto e o branco existe uma tabela pantone.
Este post era para ser um comentário da matéria The L: Word or World? no Parada Lésbica mas ganhou vida própria e veio parar aqui.
8 comentários:
Realmente, é um tanto absurda a discriminação que há dentro do "L world".
Fico feliz que minha humilde coluninha tenha inspirado esse belo post. Parabéns pelo blog!
Meus posts também são danados para ganhar vida própria.
Também acho q as pessoas deveriam poder ir qualquer lugar e conviver com gente de qualquer orientação sexual. Mas, infelizmente, o preconceito está aí e nem sempre é possível.
Paz!
eu frenquento lugares gays e lugares caretas, frequento igreja e cabaré, cemitério e maternidade.
não gosto de segmento
onde tiver cerveja gelada, amigos e preço bom eu também estou.
Sempre achei que o que faz o lugar são as pessoas queridas que estão nele... seja hetero ou gay. Isso pouco importa. Aliás, detesto denominações... hetero, gls, jovem, moderninho, pessoal maduro ou o que for.
Tá passando da hora da gente deixar de se apegar... porque será que sempre nos prendemos à coisas menos importantes?
Detesto ser confinada em guetos, vou em lugares onde todos me aceitam. Infelizmente, estamos cercadas por terapeutas da sexualidade alheia, que ainda não se deram conta que são eles os que teem problemas com a própria sexualidade.
Agradeço a visita e comentário da Dona Scarpina ao meu blog.
Um abraço.
É exatamente por isso q passamos tanto tempo de nossas vidas frequentando lugares gays. Eu tb tenho amigos heteros e não faço questão nenhuma de só frequentar lugares gays, mas é justamente nesses lugares que encontramos mais pessoas que conhecem a tabela pantone.
Mas mudando de assunto, Maria Sapatilha, o Bota Dentro (www.botadentro.com) quer saber o que as meninas terão para chamar de seu com o fim de The L Word.
PERSONA* vc tem toda razão, a gente se apega a coisas medíocres
MARA* é exatamente a sensação de gueto que apavora. É claro que eu frenquento lugares gays, mas acho inaceitável que em algumas cidades eles sejam a única opção.
NINA* acho q o sensação de "pertencimento" é que faz com que a gente frequente "lugares gays". Isso me lembra SHORTBUS, que é exatamente sobre isso! Vou pegar no pé da dona scarpina pra agilizar isso ;)
Ficamos muito felizes com as visitas e os comentários de vocês. O blog ainda está com cheirinho de novo e a participação de vcs tem sido incrível =D
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