É engraçado estar nessa situação. A amiga da Maria Sapatilha no caso era eu, Dona Scarpina.
Uma coisa que temos em comum é a famosa língua afiada. Mas o meu caso foi há anos, quando tive minha primeira namorada após muito tempo namorando o meu melhor amigo. Minha mãe, tinhosa como só ela, me colocou pra fora do armário à ponta pés:
— O que a dita cuja é sua?, foi sua pergunta.
Minha língua, sem pensar duas vezes e atrevida como sempre, disse sem que eu pudesse conter:
— quer mesmo saber? Minha namorada... [cri cri cri]
Eu preferia que tivesse sido diferente, pois passamos dois anos mal nos falando. Oito anos passados e depois de algumas sessões de análise, nosso relacionamento é uma delícia.
Agora, após dois anos de namoro, Sapatilha oficialmente me convidou para conhecer seus pais. Mas quando chegamos lá... "— Passa a salada por favor".
Mas não recrimino a minha querida Sapatilha de forma alguma. Moramos em outra cidade e ela me assume no trabalho, para todos os amigos e até para a tia com quem ela mora. A mãe dela só vai ficar sabendo se for extremamente necessário para a Maria contar. Vivo pertubando ela com isso, só por perturbar mesmo, por que por mim ela não precisa contar. Isso tem que vir dela.
E a tal viagem para conhecer a família foi interessante: por mais que meus amigos digam que dou pinta à distância, não criei nenhuma comoção na família. Fiz eles gostarem de mim por minha personalidade sem nenhum pré-conceito e saí de lá como: queridinha, volte sempre.
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Um comentário:
ô, amor...falta só uma gavetinha ;)
A vida é mais bela com vc caminhando do meu lado =*
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